Uma das marcas do Festival Amazônia Mapping, desde 2013, são os nossos espetáculos audiovisuais que buscam um hibridismo entre som e imagem, que se transformam em uma composição única. O encontro de um dos maiores nomes da guitarrada contemporânea da Amazônia, Felix Robatto (PA), com ela que é especialista em video mapping, a incrível VJ Grazzi (DF). A apresentação aconteceu no palco Samaúma, que foi um destaque da Ilha virtual 3D na edição anterior. A sonoridade latino-amazônica de Félix embala o trabalho da artista visual Grazzi, que se inspirou nas texturas amazônicas e numa psicodelia tropical para as suas projeções.

As projeções evocavam folhas, olhos, penas, peles e rios em constante mutação, fundindo elementos da floresta com abstrações psicodélicas em movimento. A artista explorou uma estética de delírio tropical, onde texturas ancestrais se misturam a glitchs digitais, evocando rituais, visões e entidades invisíveis da mata. Um transe visual que reverencia o poder simbólico da floresta como entidade viva, repleta de mitos, cores e espiritualidade. A colaboração entre Felix e Grazzi não apenas celebra a Amazônia como potência cultural, mas reinventa sua imagem — não como paisagem exótica, mas como matriz estética viva, vibrante e em transformação.

Para quem deseja mergulhar nesse universo e entender como nasce uma obra de video mapping, a artista também ministrou a oficina Criação Visual: Vídeo Mapping e Live Experience nos dias 16 e 17/12. Em dois encontros intensivos, Grazzi compartilhou sua metodologia criativa, desvendando as etapas do processo — da ideia à projeção final — passando por técnicas, softwares, dispositivos e modos de composição imagética. Um convite à criação expandida, onde a tecnologia se curva ao sensível e a imagem vira performance.

Patrocínio: Oi via Lei de Incentivo à Cultura Semear e Governo do Pará
Apoio: Oi Futuro
Realização: 11:11 Arte